Um episódio incomum chamou atenção de internautas na noite da última terça-feira (29), quando a transmissão ao vivo da Record News no YouTube foi interrompida por um vídeo enigmático e perturbador. O conteúdo remete diretamente ao “Wyoming Incident”, uma das mais conhecidas lendas digitais do terror psicológico surgidas nos primórdios da internet.
A interrupção ocorreu apenas na versão online da emissora — a transmissão pela TV seguiu normalmente. Em comunicado, a Record News afirmou que investiga o ocorrido, sem descartar a possibilidade de uma falha técnica ou ataque externo à plataforma de streaming.
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O vídeo exibido trazia mensagens enigmáticas em inglês, rostos distorcidos e frases de impacto como “YOU ARE ILL” e “YOU WILL SEE SUCH PRETTY THINGS”, elementos típicos do chamado Wyoming Incident, uma creepypasta surgida em 2007. Na ocasião, um vídeo simulado foi publicado no YouTube, mostrando uma suposta invasão de sinal de TV no estado americano de Wyoming, interrompendo um telejornal com imagens perturbadoras e sons desconcertantes.
O caso ganhou força na internet como um ARG (jogo de realidade alternativa), impulsionado por teorias conspiratórias e relatos fictícios de sintomas físicos sentidos por quem assistia ao vídeo — de náuseas a alucinações — atribuídos a sons de baixa frequência entre 17 e 19 Hz. Embora essas frequências possam causar certo desconforto em condições específicas, não há comprovação científica de efeitos colaterais severos causados por esse tipo de conteúdo audiovisual.
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Com o tempo, o Wyoming Incident se firmou como uma narrativa ficcional, mas seu impacto permanece. A história se tornou uma das bases da estética do horror digital, ao lado de figuras como Slender Man, Jeff the Killer e Candle Cove, reforçando o medo da manipulação sensorial e da distorção da realidade.
O episódio com a Record News reavivou a curiosidade sobre a lenda e abriu espaço para novas especulações nas redes sociais. Mesmo reconhecido como ficção, o Wyoming Incident segue mostrando como o terror digital ainda pode gerar desconforto — e capturar a atenção de um público fascinado pelo desconhecido.