Dinossauro brasileiro nomeado em homenagem a Jorge Amado é revelado em estudo científico

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Uma nova análise de fósseis encontrados na Bacia do Recôncavo, na Bahia, trouxe à luz uma descoberta histórica para a paleontologia brasileira. Denominada Tietasaura derbyiana, a espécie presta homenagem ao romance “Tieta do Agreste”, de Jorge Amado, e ao geólogo Orville Adelbert Derby, precursor da paleontologia no Brasil.

Os fósseis, descobertos originalmente entre 1859 e 1906 e preservados no Museu de História Natural de Londres, foram reavaliados por uma equipe liderada por Kamila Bandeira, do Laboratório de Sistemática e Biogeografia da UERJ. A pesquisa, publicada na revista Historical Biology em 2024, detalha o ecossistema do período Cretáceo Inferior, ocorrido há cerca de 130 milhões de anos.

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 A Tietasaura derbyiana, pertencente ao grupo dos elasmarianos, é o primeiro dinossauro herbívoro ornitísquio nomeado no Brasil. A identificação foi feita a partir de um fêmur parcial encontrado em 1906 na formação Marfim, na Bahia. Inicialmente confundido com fósseis de crocodiliformes, o material só foi corretamente classificado mais de um século depois, marcando um avanço significativo no estudo da fauna do Cretáceo no país.

“Esse fóssil, embora fragmentado, é a primeira evidência nominal de um ornitísquio no Brasil, complementando os registros anteriores que se limitavam a pegadas”, explicou Kamila Bandeira.

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Além da Tietasaura derbyiana, os estudos apontaram a presença de terópodes e saurópodes na região, incluindo espinossaurídeos e carcharodontossaurídeos, predadores que dominaram o paleoecossistema local. Essas descobertas indicam que a fauna da Bacia do Recôncavo era semelhante à de outras regiões fossilíferas ao redor do mundo.

O estudo também destaca o potencial inexplorado dos depósitos fossilíferos no estado da Bahia, sugerindo que novas investigações podem revelar ainda mais sobre a rica biodiversidade do Cretáceo na América do Sul.

 

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