Localizada a milhares de quilômetros abaixo da superfície, no núcleo líquido, uma estrutura inusitada com formato de rosquinha chamou a atenção dos cientistas. Paralela à Linha do Equador e com centenas de quilômetros de espessura, essa formação intrigante foi descoberta em uma pesquisa sísmica realizada por pesquisadores da Universidade Nacional da Austrália, trazendo novas perspectivas sobre as camadas profundas da Terra.
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Primeiramente, o estudo dessa estrutura pode desvendar informações cruciais sobre o comportamento do campo magnético terrestre. Os pesquisadores, então, utilizaram uma técnica inovadora chamada “campo de onda de coda-correlação”, que analisou ondas sísmicas captadas por sensores diversos. Isso permitiu observar a estrutura com alta precisão, aumentando a compreensão sobre suas características.
Ademais, o núcleo externo do planeta mede aproximadamente 3.480 km de raio, o que supera ligeiramente o diâmetro de Marte. Estudos prévios indicaram que essa camada consiste, sobretudo, de ferro e níquel, além de quantidades menores de elementos leves, como oxigênio, silício, carbono, enxofre e hidrogênio. Esses dados reforçam a necessidade de aprofundar o conhecimento sobre a constituição do núcleo.
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Por fim, a diferença de temperatura entre as regiões inferior e superior do núcleo externo gera movimentos no metal líquido. Esse processo, semelhante à ebulição, cria correntes de convecção térmica que desempenham um papel fundamental na manutenção do campo magnético terrestre.