A “terapia da rejeição” ganhou popularidade nas redes sociais, com centenas de usuários compartilhando experiências e afirmando que o método os ajudou a lidar com questões internas. A prática, no entanto, consiste em se expor a situações desconfortáveis ou vergonhosas, que muito provavelmente vão resultar em rejeição.
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Esse termo usado seria uma forma simplificada da “terapia de exposição”, técnica consagrada e utilizada por psicólogos como parte da terapia cognitivo comportamental (TCC) no tratamento de transtornos específicos, como síndrome do pânico e fobias.
“O medo pode até persistir por um período, mas de uma forma mais controlada, diminuindo o nível de sofrimento”, explica o psiquiatra Elton Kanomata, do Hospital Israelita Albert Einstein. O fato da pessoa filmar e postar situações constrangedoras publicamente podem até piorar quadros de ansiedade em indivíduos predispostos.
“A ideia de se expor a contextos muito bizarros não faz sentido. Teria algum sentido se a pessoa se expusesse a situações do seu cotidiano para desenvolver habilidades sociais e socioemocionais para a vida. Mas passar vergonha por passar é um desgaste emocional desnecessário e não traz nenhum ganho”, observa Kanomata.
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“Se for para trabalhar de fato essa questão da rejeição e da frustração, é importante que esse processo seja feito por um profissional que possa acompanhar o paciente ao longo das sessões e discutir situações, para ajudá-lo a lidar com o enfrentamento das situações e evitar que ele se sinta mais ansioso ou desvalorizado”, sugeriu o médico.