Cães de Chernobyl revelam adaptações genéticas surpreendentes

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Mais de três décadas após o desastre nuclear de Chernobyl, os cães abandonados na região continuam a chamar a atenção da ciência. Um estudo recente, publicado na revista Canine Medicine and Genetics, revelou que as populações caninas que habitam a Zona de Exclusão apresentam características genéticas intrigantes, possivelmente associadas à adaptação a um ambiente altamente radioativo e contaminado.

Os pesquisadores identificaram duas populações distintas de cães: uma vive próxima aos antigos reatores da usina, enquanto a outra está localizada na cidade de Chernobyl, a cerca de 16 quilômetros de distância. Essas comunidades raramente se misturam, mas ambas demonstram sinais de adaptação ao ambiente hostil, que inclui exposição à radiação, metais tóxicos e outras substâncias químicas deixadas após o desastre de 1986.

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O estudo analisou o DNA desses cães e encontrou 381 regiões genéticas atípicas, muitas relacionadas à capacidade de reparo celular após exposições ambientais extremas. Embora ainda não se saiba ao certo se essas alterações são uma resposta direta à radiação, os resultados sugerem que esses animais podem oferecer pistas importantes sobre a sobrevivência em condições adversas.

Além de representar uma vitória para a resiliência animal, os cães de Chernobyl são considerados uma “espécie sentinela”. Isso significa que entender como eles se adaptaram pode fornecer informações valiosas sobre os possíveis efeitos da radiação e de outros agentes tóxicos em seres humanos.

Ao longo dos anos, esforços humanitários têm buscado ajudar os cães da região com cuidados médicos, vacinação e programas de adoção. Apesar disso, muitos ainda dependem de restos de alimentos deixados por trabalhadores e visitantes, além de viver em bandos para proteção mútua.

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Enquanto novos estudos são realizados, os cães de Chernobyl permanecem um exemplo vivo de como a vida pode persistir e até prosperar, mesmo nas condições mais desafiadoras. As descobertas podem não apenas ajudar a proteger futuras gerações de humanos, mas também lançar luz sobre os impactos duradouros de desastres nucleares.

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