Há mais de meio século, cientistas e tripulações de submarinos relatam um som peculiar vindo das profundezas do Oceano Antártico, descrito como um “barulho de pato”. Apesar de ser registrado em diferentes regiões ao longo das décadas, sua origem permaneceu enigmática. Novas pesquisas, no entanto, sugerem que o som pode ser uma forma de comunicação entre animais marinhos.
O primeiro relato do “bio-duck” ocorreu na década de 1960, quando tripulantes de um submarino ouviram o som durante uma missão no Oceano Antártico. Anos mais tarde, na década de 1980, o fenômeno foi novamente registrado durante uma expedição ao sul de Fiji. Cientistas como Ross Chapman, da Universidade de Victoria, no Canadá, analisaram os dados e confirmaram que sons similares foram captados em outras regiões próximas à Austrália e Nova Zelândia.
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Um estudo publicado em 2014 já apontava para a possibilidade de que baleias-minke-antárticas fossem responsáveis por esses ruídos. No entanto, novas evidências apresentadas durante o Encontro Virtual da Acoustical Society of America, realizado em novembro, indicam que o som é parte de um comportamento interativo entre diferentes espécies marinhas.
“Observamos que várias fontes sonoras estavam ativas em diferentes locais do oceano, mas nunca falavam ao mesmo tempo. Quando uma emitia o som, as outras permaneciam em silêncio, aguardando para responder, o que sugere uma espécie de conversa coordenada”, explicou Chapman.
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Embora o mistério ainda não esteja completamente resolvido, as pesquisas têm ampliado o entendimento sobre as complexas formas de comunicação nos oceanos. Estudos futuros prometem aprofundar a análise e identificar os animais responsáveis, contribuindo para a compreensão dos ecossistemas marinhos.