Um dos maiores tesouros minerais já encontrados, a esmeralda Bahia, de 380 quilos, deverá retornar ao Brasil após uma decisão judicial nos Estados Unidos. O juiz Reggie B. Walton, da corte distrital de Washington, determinou que a pedra, descoberta em Pindobaçu, na Bahia, em 2001, e contrabandeada para o exterior anos depois, seja devolvida ao país de origem. A sentença, porém, ainda pode ser contestada em instâncias superiores.
Descrita como uma rocha de xisto com grandes cristais de esmeralda, a pedra já foi avaliada em centenas de milhões de dólares, mas especialistas divergem sobre seu valor real, que pode variar de US$ 372 milhões a até US$ 1 bilhão. Desde que chegou aos Estados Unidos em 2005, a esmeralda foi envolvida em transações nebulosas, acusações de roubo e batalhas judiciais pela posse, passando por diversos colecionadores e ficando sob custódia das autoridades policiais americanas por anos.
++ Homem sobrevive após saltar de montanha-russa em movimento nos EUA
Em 2015, após inúmeras disputas nos tribunais, o consórcio FM Holdings obteve o direito de posse, mas a pedra permaneceu sob restrições legais e não pôde ser movimentada ou vendida devido a outros processos em andamento. O governo brasileiro, por sua vez, argumentou que a esmeralda é patrimônio nacional e iniciou esforços diplomáticos para seu retorno, culminando em um pedido formal do Departamento de Justiça dos EUA em 2022.
Além de sua grandeza física, a esmeralda Bahia carrega uma aura de mistério e superstição. Histórias sobre ataques de onças a quem a transportava e prejuízos financeiros enfrentados por antigos proprietários alimentaram sua fama de “amaldiçoada”. Um episódio marcante ocorreu em 2005, quando a pedra estava armazenada em Nova Orleans e enfrentou o furacão Katrina. Apesar do galpão onde se encontrava ter sido alagado, a esmeralda saiu ilesa, o que reforçou sua reputação mística.
++ Mãe com rosto de menina é confundida com aluna na escola da filha
Enquanto as disputas legais parecem estar chegando ao fim, o destino da esmeralda Bahia ainda depende dos próximos passos nos tribunais americanos. Caso o retorno ao Brasil seja confirmado, especialistas sugerem que a pedra seja exibida em um museu, valorizando seu significado histórico e cultural.