Na manhã desta quinta-feira (5), dois satélites Proba-3 foram lançados ao espaço. Eles partiram a bordo do foguete PSLV-XL, do Centro Espacial Satish Dhawan, na Índia. A missão, da Agência Espacial Europeia (ESA), tem como objetivo formar uma dupla de satélites precisos para criar eclipses solares artificiais. Esses eclipses permitirão que astrônomos estudem a atmosfera do Sol, conhecida como “coroa solar”.
Os satélites irão voar juntos como se fossem uma única aeronave, com uma margem de erro máxima de apenas um milímetro. Essa precisão é crucial, pois permitirá controlar a sombra projetada sobre o outro satélite, criando eclipses solares sob demanda. A ESA acredita que essa missão tem o potencial de revolucionar futuras expedições espaciais.
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Cerca de 18 minutos após o lançamento, os satélites se separaram do foguete. A partir desse momento, eles seguirão conectados durante a fase inicial da missão. Durante essa fase, o Centro Europeu de Segurança e Educação Espacial (ESEC), localizado na Bélgica, monitorará os satélites. A missão posicionou os satélites em uma órbita ambiciosa, a mais de 60.500 km da Terra. Para alcançar essa órbita, foi necessário usar uma versão mais potente do foguete PSLV-XL, equipada com propelente adicional.
Objetivos e Colaboração Internacional
A missão envolve a colaboração de 14 países da ESA, incluindo o Canadá. O principal objetivo é estudar a coroa solar, uma área essencial para entender o clima espacial e o vento solar. Apesar de sua baixa luminosidade, a coroa solar é a maior parte do nosso Sistema Solar e a fonte desses fenômenos solares. Andrei Zhukov, do Observatório Real da Bélgica, explica que a coroa solar possibilitará o estudo das explosões solares e da aceleração do vento solar.
Além dos objetivos científicos, a missão também visa demonstrar tecnologias de manobras precisas e operações autônomas. Em particular, os satélites Proba-3 terão o desafio de manter uma distância precisa de 150 metros, o que equivale a um campo e meio de futebol. Para alcançar esse nível de precisão, serão necessários ajustes contínuos na posição dos satélites. Portanto, a missão exigirá monitoramento constante e controle rigoroso para garantir o sucesso dessas manobras.
Futuro da Missão e Observações da Coroa Solar
Se a fase inicial de comissionamento correr conforme o planejado, os satélites serão separados no início de 2025 para realizar testes individuais.
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Além disso, a fase operacional da missão, que inclui as primeiras observações da coroa solar, começará dentro de quatro meses. Ou seja, quando os satélites estarão prontos para iniciar a formação ativa, possibilitando o estudo detalhado da coroa solar.